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Pesquisa de cientistas italianos revela motor da agressividade do câncer de pâncreas

Cientistas descobriram as causas que levam à agressividade do câncer de pâncreas, tido como um dos tumores com menor chance de cura.

Segundo o estudo, a gravidade da doença se deve a uma transformação específica pelas quais passam as células pancreáticas ainda nas fases iniciais da patologia, tornando-as aptas a metástases e com alta resistência a tratamentos.

“Há mais de uma década que os pesquisadores estudam um determinado tipo de células que se observam em vários tumores em fases avançadas de câncer: são definidas como ‘células tumorais com características mesenquimais [de origem embrionária]’, sendo resultado de uma transformação das células epiteliais, aquelas que recobrem a superfície dos órgãos, que se tornam mais móveis e invasivas”, explicou à agência Ansa Luigi Perelli, um dos membros da pesquisa conduzida no MD Anderson Cancer Center, em Houston, nos Estados Unidos, coordenada por Giannicola Genovese e publicada na Nature.

De acordo com Perelli, até agora não estava claro aos cientistas qual era a influência dessa transformação no desenvolvimento da doença.

“No novo estudo, descobrimos que ela não é apenas importante, mas também tem um papel fundamental na agressividade do câncer de pâncreas”, revelou.

Segundo a pesquisa, a “transição epitelial para mesenquimal” tem diversas consequências, ao dar origem a células cancerígenas com maior capacidade de propagação, ao mesmo tempo em que gera instabilidade no genoma destas células, criando uma maior heterogeneidade.

O resultado é uma maior resistência do tumor, que tende a se espalhar e a resistir ao tratamento.

Como se não bastasse, “essa transformação, que em outros tipos de câncer ocorre em estágio avançado, no caso do de pâncreas acontece logo no início da doença, dificultando uma terapia eficaz em seu combate”, diz Perelli.

“Essas descobertas acrescentam outra camada à nossa compreensão da heterogeneidade tumoral e da complexidade do microambiente do câncer, fornecendo novas informações cruciais para o tratamento desta doença devastadora”, afirma Genovese, coordenador do estudo, que abre as portas para novos tratamentos que respondam positivamente ao controle das células mesenquimais, evitando assim a evolução do câncer de pâncreas em pouco tempo.

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